A TEOCRACIA CALVINISTA

A TEOCRACIA CALVINISTA O assunto é polêmico. Há quem afirme que Calvino tentou uma teocracia segundo os princípios morais das Escrituras, obrigando os genebrinos a viver o que, no entendimento de Calvino, era o correto. Outros afirmam que ele foi um proto-ditador que teve dificuldades em se consolidar na liderança civil/religiosa da cidade de Genebra. Há quem diga que foi romântico e ingênuo ao achar que suas regras de comportamento cidadão seriam recebidas, vividas e aplaudidas pela população. Em Genebra, Calvino foi nomeado para o conselho da cidade e trabalhou para desenvolver um novo código legal e sistema de governo. Ele acreditava que o estado deveria ser baseado em princípios bíblicos e trabalhou para criar uma sociedade na qual o governo, a igreja e os indivíduos se submetessem à autoridade de Deus. A influência de Calvino em Genebra foi significativa, e a cidade tornou-se um centro da Igreja Reformada. O governo e o sistema legal que Calvino ajudou a estabelecer tornaram-se modelo para outras cidades protestantes na Europa, e seus ensinamentos continuam a influenciar o protestantismo até hoje. Vale a pena notar que o papel de Calvino como legislador era controverso e nem todos em Genebra concordavam com suas ideias. Apesar disso, seu impacto na cidade e no movimento protestante mais amplo foi significativo e continua a ser estudado e debatido por estudiosos e teólogos. Calvino acreditava que a igreja é uma instituição espiritual, cujo papel principal é proclamar o evangelho, administrar os sacramentos e promover a piedade e a santidade entre seus membros. Por outro lado, via o Estado como uma instituição temporal, com a responsabilidade de preservar a ordem, promover a justiça e proteger os cidadãos. Em sua opinião, o estado não deveria interferir nos assuntos espirituais da igreja, e a igreja não deveria se envolver nos assuntos políticos do estado. Seria a separação, mas Calvino também viu a necessidade de cooperação e apoio mútuo entre a igreja e o estado. Ele acreditava que o estado tinha o dever de apoiar e proteger a igreja e garantir que o evangelho fosse proclamado livremente. O estado devia ser um aliado da igreja, proporcionando um ambiente no qual a igreja poderia florescer e cumprir sua missão. As autoridades civis têm o papel de ajudar a igreja de várias maneiras, fornecendo apoio financeiro para a igreja, bem como garantir sua independência e liberdade. As autoridades civis também poderiam promover o crescimento e a propagação do evangelho criando um ambiente favorável para a igreja cumprir sua missão. Calvino acreditava que as autoridades civis têm a responsabilidade de defender os padrões morais e promover o bem comum. Via o estado com o dever moral de apoiar a igreja e garantir que seus membros possam viver de acordo com os princípios bíblicos. O estado poderia servir como instrumento da vontade de Deus e ajudar a promover o evangelho. As posições de Calvino sobre a relação entre a igreja e o estado, e o papel das autoridades civis em ajudar a igreja tiveram um impacto na tradição protestante. Muitas denominações protestantes hoje continuam a defender os princípios da separação entre igreja e estado, e a necessidade de apoio mútuo e cooperação entre as duas instituições. Ele foi expulso de Genebra em 1538. Seus ensinamentos e reformas foram controversos e acabou caindo em desgraça com as lideranças políticas da cidade. Foi forçado a fugir para Estrasburgo, onde continuou seu trabalho como pastor e escritor. Mais tarde, ele retornou a Genebra em 1541 e continuou a liderar o movimento da Reforma da cidade até sua morte (1564) Marcos Inhauser Calvino via a igreja e o estado como instituições distintas, cada uma com funções distintas, mas também acreditava na necessidade de cooperação e apoio mútuo entre eles. Ele acreditava que as autoridades civis têm um papel a desempenhar em ajudar a igreja e promover o evangelho, e que o estado poderia servir como um instrumento da vontade de Deus na promoção do bem comum. Essas visões continuam a moldar a tradição protestante até hoje. Na minha opinião, Calvino continuou no relacionamento matrimonial da Igreja com o Estado. Marcos Inhauser