Entradas

Mostrando las entradas con la etiqueta Marcos Inhauser

CALVINO CONTRA OS ANABATISTAS

CALVINO CONTRA OS ANABATISTAS A oposição de Calvino aos anabatistas estava enraizada em sua compreensão da natureza da igreja, do papel do estado e a interpretação adequada das Escrituras. Calvino acreditava que as posições dos anabatistas sobre essas questões não eram apenas incorretas, mas também perigosas e poderiam levar a distúrbios sociais e políticos. Um dos desacordos era a natureza da igreja. Calvino acreditava que ela era uma instituição visível estabelecida por Cristo, com estrutura e autoridade definidas. Ele via a igreja como o meio pelo qual Deus comunicava sua graça e verdade ao mundo. Há nesta visão calvinista uma institucionalização do organismo igreja, que se pode ser igreja se houver hierarquia, regras, clérigos e regras bem estabelecidas e obedecidas. Eles rejeitavam a ideia de uma igreja visível e viam a igreja como uma entidade puramente espiritual composta por crentes que haviam sido batizados quando adultos. Eles rejeitaram a ideia do batismo infantil e acredita...

DIMENSÃO POLÍTICA DO SACERDÓCIO UNIVERSAL

DIMENSÃO POLÍTICA DO SACERDÓCIO UNIVERSAL A compreensão de Lutero sobre o sacerdócio universal de todos os crentes baseava-se em vários textos bíblicos. Um deles, IPe 2:9: "Mas vós sois o povo eleito, o sacerdócio real, a nação santa, propriedade exclusiva de Deus, para anunciardes as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." Lutero acreditava que, junto com outros textos do NT, se afirmava que todos os crentes têm acesso direto a Deus e independem de intermediários. Para Lutero, o papel do padre era ser professor e guia e não mediador entre Deus e as pessoas. Lutero articulou o conceito em "O Cativeiro da Igreja na Babilônia" (1520). Em oposição à Igreja Católica com sua hierarquia estruturada em padres, bispos, arcebispos, cardeais e papa, Lutero acreditava que todos os cristãos são iguais diante de Deus. Rejeitou a ideia de que alguns, como padres ou monges, eram mais santos ou próximos de Deus do que outros. Também criticou a ênfa...

OS ANABATISTAS E O REBATISMO

OS ANABATISTAS E O REBATISMO Quando estudei (e ainda estudo) o movimento da Reforma Radical (anabatista), fico com a impressão de que os argumentos utilizados eram, do ponto de vista bíblico e teológico, um tanto anêmicos. Digo isto porque considero algumas questões. A primeira é que não no Novo Testamento, nenhuma condenação explícita ao batismo infantil. Is não se vê nem em Jesus, nem nos demais escritos. Logo, a não-afirmativa é algo a ser considerado. Em segundo lugar, não há no NT nenhuma afirmação explícita de que o batismo deva ser feito somente com os adultos e conscientes do ato. Usar os textos dos batismos praticados por João Batista que afirmam que o batismo era de “arrependimento”, o que implica em uma decisão consciente de se arrepender, pode ser argumento, mas carece da objetividade da explicitude da exigência. Por terceiro, usar o texto da conversão do carcereiro para afirmar a necessidade de crer (“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. ... naquela mesma hor...

SACRAMENTO OU ORDENANÇA?

SACRAMENTO OU ORDENANÇA? Os três Reformadores concordaram em quase tudo, menos na questão sacramental. Lutero e Calvino criam nos sacramentos como meios de graça, ao passo que Zwínglio não aceitava a sacramentalidade da Ceia e do batismo, entendendo que eram simples ordenanças deixadas por Jesus. Os fiéis deviam obedecer, sem que, ao fazê-lo, recebessem qualquer benção especial pelo ato. Entrar no campo bíblico e teológico para dirimir a questão é terreno pantanoso, haja visto que o documento “BEM – Batismo, Eucaristia e Ministério” que está em debate no Conselho Mundial de Igrejas, buscando um entendimento consensual sobre os temas, não chegou a lugar algum até hoje. O assunto, me parece, deve ser visto desde a ótica política. Quando se afirma a sacramentalidade da Ceia e do batismo, coloca-se ênfase na estrutura e hierarquia eclesiásticas. Sendo sacramento, só sacerdote ou clérigos ordenados pela igreja podem celebrá-los. Logo, enfatizar a sacramentalidade é reforçar o poder de uma ...

GREBEL: O REFORMADOR RADICAL HUMANISTA

GREBEL: O REFORMADOR RADICAL HUMANISTA Konrad Grebel foi líder anabatista na Suíça e um dos fundadores da Reforma Radical, no início do século XVI. Nasceu em 1498 em uma rica família em Zurique. Filho de Jakob Grebel que era membro do Conselho da Cidade e comerciante próspero. Konrad recebeu educação humanista e estudou nas Universidades de Basel e Viena. Grebel envolveu-se no movimento da Reforma suíça liderado por Ulrich Zwingli (1519). Foi discípulo de Zwínglio e figura-chave nos primeiros anos do movimento, sendo fundamental para estabelecer a Reforma na cidade de Zurique. Grebel se desiludiu com a abordagem moderada (eu diria excessivamente “diplomática”) de Zwínglio e a lentidão da reforma. Acreditava que a igreja tinha que ser completamente reformada pelo retorno às práticas e crenças da igreja primitiva. Grebel e um grupo de reformadores, incluindo Félix Manz e George Blaurock, começaram a se encontrar em segredo para discutir suas ideias. Em janeiro de 1525, Grebel e seus ami...

GEORGE BLAUROCK

GEORGE BLAUROCK Blaurock é considerado um dos mais importantes líderes do movimento anabatista. Nasceu em Bonaduz, Suíça, no início do século 16 (o ano exato é desconhecido). Educado na Igreja Católica, ficou insatisfeito com os ensinamentos e práticas que recebeu. Foi atraído pelas ideias do reformador suíço Ulrich Zwínglio. Em 1523, Blaurock tornou-se discípulo de Zwínglio e passou a participar do movimento reformista em Zurique. Ele se tornou conhecido por seu estilo inflamado de pregação e ênfase na importância da conversão pessoal e do batismo como ato consciente (fruto da conversão). Suas ideias foram consideradas radicais, mesmo dentro do movimento reformista. Entrou em conflito com Zwínglio (que era um sujeito “cheio de dedos nas suas reformas”, não querendo ficar mal diante das autoridades da cidade). Os problemas giravam em torno da natureza da Eucaristia e o papel do Estado nos assuntos religiosos. Blaurock e um grupo de seguidores com ideias semelhantes romperam com Zwíngli...

MANTZ: O PRIMEIRO MARTIR ANABATISTA

MANTZ: O PRIMEIRO MARTIR ANABATISTA Felix Mantz (c. 1498-1527), líder anabatista e um dos Reformadores Radicais, participou do grupo dissidente de Zwínglio que rejeitava a autoridade da Igreja Católica e procurava restaurar o cristianismo às raízes apostólicas. Nasceu em Zurique, filho de comerciantes ricos e foi educado na Universidade de Basel. Inicialmente foi seguidor de Zwínglio. À medida que as reformas demoaravam, Mantz ficou cada vez mais insatisfeito com o que considerava ser uma abordagem indiferente de Zwínglio. Criticou a recusa de Zwínglio em romper com a Igreja Católica e sua relutância em adotar reformas mais radicais, como a abolição do batismo infantil. Em 1525, Mantz juntou-se a um grupo de anabatistas que se separaram de Zwinglio e formaram sua própria congregação. Os anabatistas acreditavam no batismo de adultos e na separação entre igreja e estado. Eram vistos como perigosa ameaça à ordem estabelecida e foram perseguidos tanto pelas autoridades católicas quanto pe...

A DISSENSÃO ANABATISTA

A DISSENSÃO ANABATISTA É consenso que o anabatismo começou em Zurique com declarações de discípulos de Zwínglio que o acusavam de não levar seus postulados teológicos às últimas consequências. Zwínglio, como os outros reformadores, teve vários seguidores. Alguns deles tinham algum grau de instrução. As palavras “entusiastas”, “radicais”, “anabatistas” e “espiritualistas” se alternam em referência a esses grupos. Eles se tornaram "os protestantes do protestantismo" e uma terceira via para o catolicismo e os reformados. Eles não eram os únicos infelizes. Houve vários movimentos de crítica à imoralidade e abuso na igreja, a discordância do batismo infantil e a defesa do batismo de adultos por imersão, a crítica de outros grupos protestantes por não irem a fundo o suficiente para reformar, a defesa da separação entre igreja e estado e sua liderança caracteristicamente secular. Aonde quer que chegassem, causavam tumulto, mas quando se olha para eles hoje, se vê que "a luta...

O REFORMADOR INFLUENCIOU OS RADICAIS?

O REFORMADOR INFLUENCIOU OS RADICAIS? A Reforma Radical (21 de janeiro de 1525) veio logo depois da publicação das 95 teses de Lutero (31 de outubro de 1517). É comum citar que os anabatistas foram influenciados por Lutero. Tenho lá minhas dúvidas e objeções. Em uma época em que as comunicações não eram fáceis e, consideradas as distâncias entre Wittemberg e Zurich (algo em torno de 700 quilômetros), me parece uma temeridade afirmar que, neste curto espaço de tempo, Blaurock, Mantz y Grebel tenham sido influenciados ao ponto de desencadear a reforma com a magnitude que o fizeram. As ideias sustentadas por Lutero, como se sabe a sobeja, não eram inovadoras, uma vez que elas já circulavam entre os pré-reformadores há mais de um século. A importância de Lutero foi o kayrós: estava no lugar certo, na hora certa, colocou sua ideias no lugar certo para que se tornassem públicas e teve a capacidade de sintetizar o que há tempos já se dizia e sustentava. Se os reformadores clássicos tinham o...

REFORMA COMO RETORNO

REFORMA COMO RETORNO Os Reformadores olhavam o passado, interessados em descobrir no Novo Testamento as origens do cristianismo. Estavam Influenciados pelo Humanismo Renascentista que acreditava que a verdade estava nas origens. Como resultado, os reformadores estavam interessados no estudo do grego e do hebraico, deixando de lado o latim que era a língua oficial da Igreja Católica. Ao buscar nas línguas originais a verdade do Novo Testamento, deixaram de lado a tradução oficial e normativa da Vulgata, tradução feita pelo monge Jerônimo e que foi criticado por não ser fiel aos originais. Este retorno ao passado implicou um grande risco para a Igreja Católica, porque o cristianismo, nas suas origens, não validava a estrutura, a pompa e muito do que a Igreja tinha e fazia. O perigo era real. Além dos Reformadores clássicos (Lutero, Calvino e Zwinglio), houve a Reforma Radical promovida pelos anabatistas, que levaria as reivindicações da Reforma às últimas consequências. Para entender is...

A REFORMA MUDOU A EUROPA

A REFORMA MUDOU A EUROPA A Reforma religiosa teve impacto nas estruturas econômicas e sociais da Europa a partir do século XVI. Ela desafiou a autoridade da Igreja Católica, abriu as portas para novas crenças e práticas econômicas, sociais, com consequências para o continente e o mundo. Uma das mudanças mais significativas foi a dissolução dos mosteiros católicos e o confisco de suas terras e riquezas pelos governantes protestantes, que redundou na mudança da propriedade da terra e das riquezas, pois muitas foram vendidas a particulares ou absorvidas pelo Estado. Essa redistribuição da riqueza e da terra levou aumentou o poder da classe média emergente, que investiu na agricultura, no comércio e na indústria. O crescimento de novas indústrias, principalmente a gráfica, foi outro dos desdobramentos. A imprensa permitiu a ampla divulgação de folhetos religiosos, livros e panfletos, ajudando a espalhar novas ideias religiosas e promover a alfabetização e educação. O individualismo começo...

SACRAMENTO: A SOMATIZAÇÃO DO SABER

SACRAMENTO: A SOMATIZAÇÃO DO SABER Muitas das narrativas da Torá e dos Evangelhos, muitas das metáforas e parábolas usadas foram centradas em ter gente ouvindo. O profeta ou pregador tinha sua mensagem validada pela audiência que lhe atribuía autoridade ou credibilidade. A audiência, seguindo as instruções do profeta ou pregador, imaginava a mensagem, ouvia com a imaginação que a mensagem proporcionava. Era um “escutar imaginativo”, um “criar mundos”, um “sonhar o sonho do pregador”. Participar desse processo levou as pessoas a conhecer algo que não poderiam saber de outra forma, a imaginar mundos e paraísos, futuros nunca dantes sonhados. Se ouvissem e agissem conforme os mandamentos de Javé, então ela “sabia” o que foi ensinado. Se pusesse em prática os ensinamentos do Mestre, o mundo de paz se tornaria realidade. Um conhecimento tornava-se o produto desse processo, um comportamento emergia deste saber, deste ouvir imaginativo. Era o conhecimento da primazia da escuta da voz proféti...

PONTOS COMUNS E DIVERGENTES

PONTOS COMUNS E DIVERGENTES Tomados os posicionamentos teológicos dos três Reformadores, pode se concluir que, com pequenas diferenças, concordavam com quase tudo o que a teologia afirmava (pensando na sistemática, havia consenso da teologia propriamente dia, cristologia, escatologia, soteriologia, pneumatologia etc.). Até mesmo na eclesiologia concordavam em muitos pontos. A grande discordância dos Reformadores com a Igreja Católica era a questão dos sacramentos e entre os reformadores também foi ponto de discórdia. Andavam juntos em quase tudo, mas na hora de conversar sobre batismo e eucaristia, não havia consenso. Para se entender o que acabou sendo conhecido como “controvérsia eucarística”, alguns pontos precisam ser considerados. A Igreja Católica ensinava (ensina até hoje) que ao batizar, o batizando recebe a graça da salvação, infusa pela imposição das mãos do sacerdote e pela declaração sacramental. No caso da Eucaristia, ensina, afirma, crê e enfatiza que os elementos da Euc...

OS ESCRITOS DE ZWÍNGLIO

OS ESCRITOS DE ZWÍNGLIO Ulrich Zwínglio foi um escritor e suas obras desempenharam papel interessante na formação da Reforma suíça e no desenvolvimento do protestantismo. Uma lista de alguns dos escritos mais importantes de Zwínglio: "Comentário sobre a Religião Verdadeira e Falsa" (1525) - Um dos primeiros trabalhos de Zwínglio, e expõe seus pontos de vista sobre a importância da Bíblia e o papel da Igreja. Nesta obra, Zwinglio argumenta que a Igreja Católica desviou dos ensinamentos da Bíblia e que era necessário que a Igreja voltasse às suas raízes bíblicas. "Os Sessenta e Sete Artigos" (1523) - Coleção das crenças e ensinamentos de Zwínglio, e fornece uma visão abrangente de seus pontos de vista sobre vários tópicos, incluindo a natureza da Eucaristia, o papel do Papa e o uso de imagens no culto. Chama a atenção que nenhum dos tópicos faça menção ao batismo infantil, que ele negava sua biblicidade, que mais tarde, por conveniência, mudos de opinião "A Clar...

ZWINGLIO: UM SER CIRCUNSTANCIAL

ZWINGLIO: UM SER CIRCUNSTANCIAL Alerto que tenho meus questionamentos quanto a esta figura apresentada pelos historiadores como Reformador, ao lado de Lutero e Calvino. Ulrich Zwínglio, suíço, em Wildhaus (1484). Criado em uma família religiosa, recebeu educação em latim e literatura clássica. Depois foi para as Universidades de Viena e Basel onde foi ordenado padre (1506). Serviu como capelão no exército suíço, tornou-se padre na cidade de Glarus (1516), quando começou a questionar muitas das práticas da Igreja Católica e se interessou pelas ideias reformadas. Zwínglio foi chamado para ser sacerdote em Zurique (1518), onde ficou pelo resto da vida. Ali pregou contra os abusos da Igreja Católica: a venda de indulgências, a adoração de santos e o uso de imagens na adoração. As ideias não foram aceitas por todos em Zurique, enfrentando oposição tanto da Igreja Católica quanto de outros reformadores. Conseguiu o apoio do Conselho da Cidade e Zurique rompeu com a Igreja Católica (1525) ...

A TEOCRACIA CALVINISTA

A TEOCRACIA CALVINISTA O assunto é polêmico. Há quem afirme que Calvino tentou uma teocracia segundo os princípios morais das Escrituras, obrigando os genebrinos a viver o que, no entendimento de Calvino, era o correto. Outros afirmam que ele foi um proto-ditador que teve dificuldades em se consolidar na liderança civil/religiosa da cidade de Genebra. Há quem diga que foi romântico e ingênuo ao achar que suas regras de comportamento cidadão seriam recebidas, vividas e aplaudidas pela população. Em Genebra, Calvino foi nomeado para o conselho da cidade e trabalhou para desenvolver um novo código legal e sistema de governo. Ele acreditava que o estado deveria ser baseado em princípios bíblicos e trabalhou para criar uma sociedade na qual o governo, a igreja e os indivíduos se submetessem à autoridade de Deus. A influência de Calvino em Genebra foi significativa, e a cidade tornou-se um centro da Igreja Reformada. O governo e o sistema legal que Calvino ajudou a estabelecer tornaram-se m...

OS ESCRITOS DE CALVINO

OS ESCRITOS DE CALVINO Calvino defendeu a soberania de Deus, a depravação humana, a predestinação e a importância da Bíblia como única autoridade em questões de fé e prática. Os escritos e a influência de Calvino se espalharam rapidamente por toda a Europa e desempenharam papel importante no desenvolvimento da teologia reformada. Ele escreveu vários livros influentes além da conhecida “Institutas de Religião Cristã”. Calvino gerou controvérsias. Ele se desentendeu com outros líderes protestantes e enfrentou oposição das autoridades católicas, foi criticado por seu papel na execução de Miguel Servet, condenado à morte por heresia. Calvino escreveu comentários sobre livros da Bíblia, fazendo uso de exegese na línguas originais, que incluem a maioria dos livros do AT (Gn, Êx, Lv, Dt, Sl, Ec, Is, Jr e Lm) e do NT (MT, Mc, Lc, Jo, Rm, ICo, IICo, Gl, Ef, Fp, Cl, ITS, IITs, ITm, IITm, Tt, Fm, Hb, Jd, IPe, IIPe,Jd), Sermões - Calvino pregou regularmente durante seu tempo em Genebra e seus ser...

AS INSTITUTAS

AS INSTITUTAS O livro de Calvino que gerou impacto na sociedade em que viveu e na posteridade foi “As Institutas da Religião Cristã”. Trata-se de um resumo claro e definido das idéias do protestantismo. Publicada pela primeira vez em 1536, passou por inúmeras edições e revisões. Faz uma exposição sistemática dos pontos de vista de Calvino sobre o cristianismo, incluindo interpretações da Bíblia, doutrina da predestinação e pontos de vista sobre a natureza da igreja e da adoração cristã. Dividida em quatro livros, cada qual versa sobre um aspecto da teologia. O primeiro livro apresenta os fundamentos da fé, a natureza de Deus, a Trindade e Jesus Cristo como Salvador. O segundo fala da doutrina da natureza humana e do pecado, a corrupção da humanidade pelo pecado original e o papel da graça em restaurar o relacionamento com Deus. O terceiro, enfoca os “meios de graça”: sacramentos, pregação e o papel do Espírito Santo. O quarto livro trata da natureza da igreja, com as posições de Calvi...

LÍDER FRANCÊS DA REFORMA

LÍDER FRANCÊS DA REFORMA Calvino nasceu em Noyon, França (1509) e era 25 anos mais jovem que Martinho Lutero. Seu nome real era Jean Cauvin, mas mudou para "Calvin" anos mais tarde e depois mudou, outra vez, para a versão latina “Calvinus”. A cidade onde morava vivia praticamente em torno da religião e lá havia um bispo residente. Oriundo de família de classe média, seu pai, Gerard, depois de servir à Igreja Romana em várias funções, inclusive como escrivão, passou a ser o secretário do bispo, o que rendeu à Calvino um contexto de vida influenciado pelo religioso. Com o intuito de capacitar o filho a alcançar uma posição de importância na Igreja, o pai investiu na melhor educação possível. Aos catorze anos de idade, Calvino entrou para a Universidade de Paris, centro intelectual da Europa Ocidental. Frequentou o Colégio de Montaigu, a mesma instituição na qual Erasmo estudou uns trinta anos antes. Embora Calvino se dedicasse a uma carreira similar em teologia, por diversos m...

OS ESCRITOS DE LUTERO

OS ESCRITOS DE LUTERO Martinho Lutero escreveu muitas obras importantes, muitas das quais visavam reformar a Igreja Católica e desafiar seus ensinamentos e práticas. Eis uma lista de alguns de seus trabalhos mais importantes, juntamente com um breve resumo de cada um: "Noventa e Cinco Teses" (1517) - Apontou 95 discordâncias com a Igreja Católica, incluindo a venda de indulgências, corrupção dentro da igreja e tratamento das Escrituras. É considerado o ponto de partida da Reforma Protestante. "À nobreza cristã da nação alemã" (1520) - Defendeu a reforma da Igreja por dentro, desafiando a autoridade do Papa e defendendo os direitos das igrejas nacionais e dos príncipes de convocar os Concílios eclesiásticos. "O cativeiro babilônico da Igreja" (1520) - Critica práticas da Igreja Católica Romana e defende o retorno aos princípios da igreja primitiva. "Sobre a liberdade de um cristão" (1520) - Argumenta que os cristãos são livres das restrições tant...