OS ANABATISTAS E O REBATISMO

OS ANABATISTAS E O REBATISMO Quando estudei (e ainda estudo) o movimento da Reforma Radical (anabatista), fico com a impressão de que os argumentos utilizados eram, do ponto de vista bíblico e teológico, um tanto anêmicos. Digo isto porque considero algumas questões. A primeira é que não no Novo Testamento, nenhuma condenação explícita ao batismo infantil. Is não se vê nem em Jesus, nem nos demais escritos. Logo, a não-afirmativa é algo a ser considerado. Em segundo lugar, não há no NT nenhuma afirmação explícita de que o batismo deva ser feito somente com os adultos e conscientes do ato. Usar os textos dos batismos praticados por João Batista que afirmam que o batismo era de “arrependimento”, o que implica em uma decisão consciente de se arrepender, pode ser argumento, mas carece da objetividade da explicitude da exigência. Por terceiro, usar o texto da conversão do carcereiro para afirmar a necessidade de crer (“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. ... naquela mesma hora da noite, ... foi batizado, ele e todos os seus.” At 16:32) não explicita que todos eram adultos. Logo, não valida o batismo só de adultos. Há várias ilações no NT de que o batismo é o substituto da circuncisão veterotestamentária. Os textos de Cl 2:11-12; Gl 5:6 e Atos 15:1-29 sugerem a substituição da circuncisão pelo batismo. Ela era praticada no oitavo dia de vida e era a forma ritual de pertencimento ao povo de Israel, assim como, no NT, o batismo é sinal deste pertencimento. Como tais associações não definem claramente esta substituição, eu as vejo no mesmo patamar dos argumentos que apresentei. Alegar que circuncisão era prática que se fazia na infância e que, portanto, o batismo também deve sê-lo, é forçar a exegese. Pelo exposto, considero que a celeuma em torno do batismo infantil, do batismo de adultos, da nulidade do batismo infantil, da necessidade de rebatizar é assunto que está mais para a especulação que para a correta fundamentação bíblico/teológica. O assunto, para ser entendido na sua dimensão mais ampla, precisa ser analisado em contextos outros que o meramente bíblico e teológico. Marcos Inhauser

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