UM HOMEM HONESTO ACUSADO

UM HOMEM HONESTO ACUSADO Foi João Eck quem denunciou Lutero em Roma, e contribuiu para que ele fosse condenado e excluído da Igreja Romana. Silvester Mazzolini, padre confessor do papa, concordou com o parecer de Eck, dando apoio contra Lutero. Embora estivesse pressionado de muitas formas para abandonar suas ideias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções intactas. Elas alcançaram rapidamente o povo e essa divulgação foi facilitada pela invenção da impressão de textos em série (Gutemberg). Lutero escreveu "Resoluções" (1518), defendendo seus pontos de vista contra as indulgências Esta obra foi dirigida diretamente ao papa, mas não o mudou. Muitas pessoas influentes se declararam favoráveis às opiniões de Lutero. Num debate em Heidelberg (26 de abril de 1518), Lutero foi bem-sucedido ao defender suas ideias. Convocado a comparecer a Roma, onde seria julgado como herege, ele apelou para o príncipe Frederico, o Sábio, e seu julgamento foi realizado em território alemão (outubro de 1518), perante o Cardeal Caetano. Lutero recusou se retratar de suas ideias, rejeitou a autoridade papal, abandonando assim a Igreja Romana. Sua saída da Igreja ficou confirmada num debate com João Eck (julho de 1519). Lutero declarava que a Igreja Romana necessitava de reforma, e publicou vários escritos, dentre eles a "Carta Aberta à Nobreza Cristã da Nação Alemã Sobre a Reforma do Estado Cristão". Lutero procurou o apoio de autoridades civis e ensinou o sacerdócio universal dos crentes, Cristo como único Mediador entre Deus e os homens, a autoridade exclusiva das Escrituras, em oposição à autoridade de papas e concílios. Na obra "Sobre o Cativeiro Babilônico da Igreja", ele atacou o sacramentalismo. Dizia que, pelas Escrituras, só há dois sacramentos: o batismo e a Ceia do Senhor. Opunha-se à repetida morte sacrificial de Cristo, que ocorre a cada missa. Em outro livro, "Sobre a Liberdade Cristã", ele apresentou a ética cristã baseada no amor. A Igreja Romana expediu a bula Exsurge Domine (julho de 1520), que ameaçava Lutero de excomunhão, a menos que se retratasse publicamente. Lutero queimou a bula em praça pública. Em resposta a isto, Carlos V, Imperador do Santo Império Romano, mandou queimar os livros de Lutero em praça pública. Lutero se fez presente na Dieta de Worms (abril de 1521). Recusando retratar-se, disse que a sua consciência estava presa à Palavra de Deus, pelo que a retratação não seria correta. Dizem alguns historiadores que ele concluiu sua defesa com as palavras: "Aqui estou; não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Como resposta, formalizou-se a excomunhão de Martinho Lutero (25 de maio de 1521), e a Reforma também foi condenada. Marcos Inhauser

Comentarios

Entradas más populares de este blog

OS ESCRITOS DE LUTERO

DIMENSIÓN POLÍTICA DEL SACERDOCIO UNIVERSAL

CARACTERÍSTICAS DE LA EXCOMUNIÓN